quarta-feira, junho 17, 2009

Pão de Santo Antônio

“Não sabia qual era o ritual, então fiz na chapa”

Esse é o resumo da minha falta de cultura católica. Há algum tempo atrás, descobri essa pequena igreja de Santo Antônio incrustada na Praça Patriarca. Agora que sou uma moradora da região central, estava passeando na manhã de sábado na companhia da Cuca e do James e fomos até a igreja, onde centenas de mulheres faziam fila para fazer pedidos ao santo. Era dia de Santo Antônio. Entramos na fila e fomos sendo levados pelo fluxo de pessoas com flores, saquinhos de pão, mãos erguidas, olhares de súplica. Sem entender muito a lógica, mas acompanhando o movimento, cheguei a uma bifurcação. Para quem assistiu ao filme A Vida de Brian, um filme genial do Monty Phyton, era a própria cena: “Crucification? Crucification? This way, please. Thank you!” Uma senhora organizava duas filas, perguntando: “Pão? Confissão? Por aqui. Obrigada. Pão? Confissão?” Eu não ia me confessar, acho que nem sei ao certo o que é pecado e o que não é... Então, segui a fila do pão. Chegando ao final, dois rapazes entregavam pão às baciadas, gritando “Amém”. Recebi o pão meio sem jeito e quando percebi já estava fora da igrejinha novamente. Ali mesmo ouvi que podíamos comer um pedaço e tal, mas acabei guardando o meu na bolsa. No domingo de manhã, ao acordar, lembrei do pão e do tempo que não comia um pãozinho francês com manteiga na chapa. Sem muito titubear, lambuzei o lindo pão de Santo Antônio com manteiga (Aviação!) e botei na frigideira! Depois fiquei sabendo qual era a do pão bento: tem que dividir com os amigos, botar no pote de arroz, embrulhar em um saquinho... Tudo isso para ter fortuna ou por ventura arrumar um casamento. Mas como sabemos há anos (vide nossos conterrâneos canibais), nada melhor do que incorporar aquilo que nos dá força ou é sagrado, então eu o devorei!

Espero que não ocorra nenhum efeito colateral no meu espírito! Viu, produção?!!

segunda-feira, junho 15, 2009

Inverno rigorso

Isto é bom - para baixar (com Monarco - Uma História do Samba - 2001)

"O inverno é rigoroso
Bem dizia a minha avó
Quem dorme junto tem frio
Quanto mais quem dorme só..."

(Xisto da Bahia)

E está frio meeesmo!

À Alininha, sempre companheira, que me chamou à atenção essa segundinha linda!