A máquina não vê (ou Praia do Espelho)
O chão lambido pelo mar refletia o lilás celeste e virava tudo a mesma coisa. A mesma coisa... Separadas apenas por uma faixa, inerte agora, de um verde mais escuro. Verde manchado de branco. Branco revolto. Era o branco que era revolto.
Tinha em mim a lembrança destas cores. Não sabia que elas me aguardavam para hoje. Como eu queria que a caixa escura fosse meus olhos. Mas a máquina não vê...
***
Andamos mais um pouco e voltamos à frente do cemitério de palafitas. O mar havia engolido aquilo que um dia fora uma casa... Talvez. As ondas iam e vinham incessantemente e estouravam na madeira podre. Exatamente como eu havia visto no cinema e que me fizera dormir naquela sessão das onze. Hoje elas me agradam. Me lembram da mansidão agressiva das águas, da existência do passado ou do que resta dele...apenas sua cicatriz. E agora estava eu, dentro daquele filme. Nesse solo lilás.
***
Queria te mostrar... Mas a máquina não vê.
Tinha em mim a lembrança destas cores. Não sabia que elas me aguardavam para hoje. Como eu queria que a caixa escura fosse meus olhos. Mas a máquina não vê...
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Andamos mais um pouco e voltamos à frente do cemitério de palafitas. O mar havia engolido aquilo que um dia fora uma casa... Talvez. As ondas iam e vinham incessantemente e estouravam na madeira podre. Exatamente como eu havia visto no cinema e que me fizera dormir naquela sessão das onze. Hoje elas me agradam. Me lembram da mansidão agressiva das águas, da existência do passado ou do que resta dele...apenas sua cicatriz. E agora estava eu, dentro daquele filme. Nesse solo lilás.
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Queria te mostrar... Mas a máquina não vê.