sexta-feira, junho 01, 2012


Teve um dia em que o meu mundo parou. Tudo o que eu tinha até então com homens, tudo que para mim era fragmentado, isolado - um prazer em si só - virou entendimento. Aquilo que eu sempre rechacei - nos breves-possíveis-relacionamentos que tive - se tornou ridículo perto da possibilidade que eu senti de ter algo genuíno. Isso foi conhecer você:

a maneira como você me olhava e me entendia, sem que eu tivesse que ser nada além de mim mesma; o gesto de você me proteger e de se comunicar comigo; a delícia de encontrá-lo sorrindo e, finalmente, de compartilharmos vontades e preocupações muito parecidas.

Eu sou de São Paulo. Eu sou da “cidade grande”.  Claro que você me vê como alguém muito ambientalizada nesse mundo. Mas é só porque você não faz parte dele.

Daí eu te achei. Daí a gente se achou. E, de repente, toda minha expectativa - antes frustrada - do que era um homem para mim... se concretizou! E, daí, você era casado...

Como um misto de alegria, prazer e desafio, eu quis. Eu topei. E, de repente, você virou aquilo que eu sempre imaginei sobre o amor: algo inevitável, algo surpreendente, algo digno. Sua maneira de me fazer feliz me conquistou de um jeito indelével, que eu não consegui apagar... mesmo nas situações mais complicadas.

E aí nos deparamos com a realidade... Com escolhas... sejam elas passíveis de mudança ou não. Fiquei puta por achar que nosso amor não era suficiente. E ele era. Daí descobri que existem outros tipos de amor: de pai, de mãe, de vó. Esses amores que a gente só sabe “sendo”...

E eu não “sou”...

Então, me redimo das situações em que eu não soube lidar com esses amores que por mim são desconhecidos. Mas não consigo me furtar do meu amor de mulher por você... Eu sou mulher e eu te amo como mulher.

E, teve um dia , que ao ficar com você, o meu mundo parou.