terça-feira, novembro 11, 2008




Caminhos tortos
Intenção esquerda
Será que isto basta nesta vida sem escolhas?
Ou teríamos que escolher a direita?

O prazer do vício
Faz sofrer
O vício do prazer

Quero a ti
Para sempre
Mas quero deixá-lo

Escolher

Lembra quando cantava pra mim aquela canção desnaturada?
Sofria por fazê-lo sofrer
Hoje
O jogo mudou
A inversão te fortalece

Segura-me
Antes que eu desmorone
Sem saber no que vai dar
Aquieta-me
Esta aflição
De ver-te partir tão precoce
Tão precoce
Fui
E agora
Vai você...

Meu homem

Para um caminho tão desconhecido
Quanto a rua,
Quanto a noite,
Quanto a maturidade,
Que te fez querer-me
De volta ao seu suposto ventre
Que te causava o ódio
de me ver distante
Que te abria os olhos
Para o meu eu tão divergente

Não tenho tempo
De lhe mostrar minhas escolhas
Mas vá crente
Que você me formou só
Gente

(11/2004)

Há quatro anos, eu escrevi esse poema, assim que soube da doença do meu pai. Na ocasião, ele não quis que eu mostrasse a ele. Um ano depois, eu o declamei no velório dele. E foi a minha despedida. A minha maneira de mostrar a ele e as pessoas como me sentia com tamanha perda e de, enfim, prestar a minha homenagem ao cara que foi tão importante na minha vida. Hoje, faz exatamente três anos que perdi essa figura e que ofereci a ele essas palavras.

Hoje, também, acabei de descobrir que passei na prova de mestrado, uma das escolhas que fiz pra minha vida. Na sua ausência tão presente, ofereço novamente a ele mais esse passozinho na minha vida.

Com muitas saudades...