sexta-feira, fevereiro 20, 2009

verbete

Fenomenologia (do Gr. phainómenon fenômeno; logos razão). s. f.: um sábio está em uma vasta planicie ao pé de uma montanha, junto a alguns de seus discípulos. O sábio então diz: "Vocês estão vendo aquela montanha?" "Sim" E continua: "Ela não existe, é tudo fruto da imaginação de vocês. Estão vendo aquele vale?" "Sim" "Ele não existe, é tudo fruto da imaginação de vocês." De repente, uma mandada de elefantes começa a se aproximar deles em grande velocidade. Quando os discipulos notam, o sábio está lá adiante, correndo feito um louco. Eles então se põem a correr até alcançar o sábio com muito custo e, ofegantes: "Mas... sábio, se tudo é fruto da nossa imaginação, por que o senhor está correndo?" E o sábio responde: "Quem disse que eu estou correndo?"






terça-feira, fevereiro 17, 2009

"As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender"

Para a Cassinha:

Coisas do Mundo, minha Nêga
(Paulinho da Viola)

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

must love dogs


















Rasgando o verbo



Essa vontade de transformar sonhos em pedacinhos de vontades esquecidas, em pequenas doses de uma crença boba no final feliz, muitas vezes, não nos basta. As vezes, é preciso atirar coisas pelo ar para assumirmos que não temos controle de tudo. É preciso rasgar a trama que até agora cobriram nossos corpos nus e suados. É preciso ter sono e falta de apetite para querermos ganhar o mundo e devorá-lo depois. Mas me sinto impotente. Não consigo mais lavar essa lama que me cobre da cabeça aos pés há algum tempo e tirar de mim o tolo desejo de ser, quando seus olhos já não me vêem. Bem no meio do meu peito, sinto a ponta de uma dor que sempre esteve lá e que, como a descoberta de um chacra, agora insiste em se mostrar para mim. Uma espécie de angustia por aquilo que não há solução e que toma meu estômago, me tirando a concentração. Sinto vontade de espalhar tudo que tem em cima dessa mesa e sair gritando para o mundo o quanto ele é injusto, o quanto ele está cheio de pessoas que não se preocupam com os outros, a não ser que isso as deixem mais atraentes, mais mulheres, mais homens, mais astros. Não aguento essa competição idiota e me aguento menos ainda quando não consigo me desvenciliar dela: acabo me perguntando no meio de uma mesa de bar "o que eu estou fazendo aqui?" E, como se buscasse um caminho para o sofrimento, para a auto-mutilação, não consigo simplesmente me levantar e deixar que as pessoas continuem inflando seus egos sem que seja sob as minha custas. E o pior é saber que podemos sentir toda essa opressão, mas nem sempre ela nos dá mais coragem para mudar. E, nessa sala iluminada, continuo com a preguiçosa vontade de simplesmente jogar objetos para o ar.

Luz






Se essa luz tão clara
Me permitisse, não rara,
Perspicácia ter
Não olharia pro lado
E com um sorriso calado
Me esqueceria de você

Mas só o sol não adianta
Um cobertor de pele
Só faz aquecer

Se fosse suficiente
Todo a manhã quente
Não pensaria em te ver
E ainda de olho franzido
Em vez de um partido
Procuraria viver

Mas só o sol não acalanta
E o corpo da gente
Não quer esquecer

Se o amarelo bandeira
Também brilhasse no
Anoitecer
Ainda sim levaria comigo
Essa maluca vontade
De sempre te ter