quarta-feira, agosto 15, 2007

O ar da noite se mistura com a fumaça do cigarro, as vozes da rua somem com a buzina do caminhão, o céu, de tão preto fica azul, e essa janela é um convite pra eu ficar aqui dentro. Quando a brisa chega e me infla, sinto meu sangue circular. Já é tarde. Me contento com o calor da luz amarela que ilumina esse quarto e com a promessa do dia de amanhã. Hoje os botões floresceram. Parece que eu os vi abrindo lentamente e mostrando seu corpo vermelho. Em pétalas. Outros, ainda explodem na vontade de se mostrar. Redondos e túrgidos, eles esperam o sol. Como eu. O carinho morno e incondicional.