lembranças da cidade da vovó
Faz duas semanas que tento terminar meu semestre na faculdade...
Num acontecimento daqueles que a gente torce pra rolar quando estamos no colegial, uma professora abortou o curso antes do último trabalho e resolveu dar cinco pra todos que fossem mal. Eu, apesar, de curtir muito literatura moçambicana, mantive a indiferença com que ela me recebeu e saí direto de sua sala para o bar. Direto é quase uma blasfêmia pra quem já andou no prédio da letras, se colocassem o David Bowie lá dentro, surgiriam monstrinhos, ou a Columbia Pictures rodaria um filme. Faz cinco anos que passo por lá e ainda não sei pra onde ir quando procuro uma nota!
Não fui pra qualquer bar, fui para o Cantinho da Amizade. O nome mais aconchegante para o lugar em que passamos quase dois terços da nossa semana e deixamos, pelo menos, um do nosso salário . No meio da cidade mais metropolitana que eu conheço, que dista pelo menos uma hora da praia, o que eu escuto na mesinha do lado: conversa de pescador!!
Três tiozinhos, com cara enrugada e dedo grosso, proseavam:
- sabe quanto tempo a gente demorô pra chegá na praia, no ventu?? 4 horas. Depois de gastá um litu de éter no motô e ainda assim ele num pegá, de jeito nium!!
- ó rapá, eu ando de barco mas tenho medo memo é de voá! Memo que no mar tenha esse negócio de salitú...e ó num tem porra nenhuma desse negócio de salvá a vida, não! É sem colete!
(...)
- a piaba é diferente do lambari!
-é nada! pra mim são tudo a mema coisa..
- a piaba ocê tem que enfiá pelo rabo e deixá ela nadano, porque pela frente, aí rapá, ela morre!
Fiquei vidrada nessa conversa até o moço do bar me chamar atenção de que minha cerveja tinha acabado...depois de três garrafas fui embora entendendo um pouquinho mais do nome do boteco e o porquê da galera que mora no Butantã não ligar nem um pouco pro centrão...
Num acontecimento daqueles que a gente torce pra rolar quando estamos no colegial, uma professora abortou o curso antes do último trabalho e resolveu dar cinco pra todos que fossem mal. Eu, apesar, de curtir muito literatura moçambicana, mantive a indiferença com que ela me recebeu e saí direto de sua sala para o bar. Direto é quase uma blasfêmia pra quem já andou no prédio da letras, se colocassem o David Bowie lá dentro, surgiriam monstrinhos, ou a Columbia Pictures rodaria um filme. Faz cinco anos que passo por lá e ainda não sei pra onde ir quando procuro uma nota!
Não fui pra qualquer bar, fui para o Cantinho da Amizade. O nome mais aconchegante para o lugar em que passamos quase dois terços da nossa semana e deixamos, pelo menos, um do nosso salário . No meio da cidade mais metropolitana que eu conheço, que dista pelo menos uma hora da praia, o que eu escuto na mesinha do lado: conversa de pescador!!
Três tiozinhos, com cara enrugada e dedo grosso, proseavam:
- sabe quanto tempo a gente demorô pra chegá na praia, no ventu?? 4 horas. Depois de gastá um litu de éter no motô e ainda assim ele num pegá, de jeito nium!!
- ó rapá, eu ando de barco mas tenho medo memo é de voá! Memo que no mar tenha esse negócio de salitú...e ó num tem porra nenhuma desse negócio de salvá a vida, não! É sem colete!
(...)
- a piaba é diferente do lambari!
-é nada! pra mim são tudo a mema coisa..
- a piaba ocê tem que enfiá pelo rabo e deixá ela nadano, porque pela frente, aí rapá, ela morre!
Fiquei vidrada nessa conversa até o moço do bar me chamar atenção de que minha cerveja tinha acabado...depois de três garrafas fui embora entendendo um pouquinho mais do nome do boteco e o porquê da galera que mora no Butantã não ligar nem um pouco pro centrão...
1 Comments:
Salve Xulinha! Até que enfim vejo seu blog. Está muito legal. Vamos pro cantinho continuar essas histórias de pescaria? Estou ainda encafifada com peixe(mandi)que chora, com linhada sem memória e numa conversa em beira de rio que dá pouco peixe: "Calma meu fio, a lua minguante já vem aí..."
Beijos
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