sexta-feira, abril 08, 2011

TEMA DE REDAÇÃO PARA UNICAMP

A proposta era: combater os argumentos da Philip Morris (que era o quanto o estado economizava com o setor saúde pelas pessoas fumantes morrerem cedo). Aí vai (eu curti... hehehh):
A criação do liberalismo econômico favoreceu algumas escolhas individuais, na medida em que se tirou da competência da “coisa pública”, muitas decisões que se passou a acreditar ser de cunho privado, ou seja, a regulação da vida social, coletiva, dependeria de escolhas individuais. Porém, isso é verdade até certo ponto, pois a mídia e a cultura hegemônica fazem com que se subjetive um tanto de coisas que parecem originalmente individuais, mas elas são efeito de uma verdade considerável do ponto de vista coletivo. De acordo com o liberalismo, resolveu-se tratá-las como sendo “vontades” do mercado. Portanto, hábitos nociveis à saúde, como o tabagismo (eu fumoooo!!!), que são tratados como escolhas dos indivíduos, tiveram, como em qualquer objeto do liberalismo, as sanções das leis de mercado. Tudo é mercado. Tudo é regulado em função de uma expressão simples entre demanda e oferta, custo e gasto. A saúde não escapou disso. Portanto, estatisticamente, não importa a qualidade de vida de um indivíduo e, sim, o quanto ela vale para o estado, Quando se afirma que a mortalidade de pessoas é um bônus para o estado, em função do seu menor gasto previdenciário, nesse sentido, está se valorizando a noção mercadológica da vida. Se por um lado, reconhecemos que o estado não tem que regular a vida privada e, portanto, acreditamos que ele representa seus cidadãos, enquanto pessoas que são públicas, as demandas são muitas e a arrecadação não pode ser o objetivo maior da atuação do estado, pois ele tem que servir aos seus cidadãos. Dessa maneira, o estado não pode deixar que, simplesmente, se equalize o gasto do setor de saúde em função de uma empresa privada, como a Philip Morris, pois a cultura do tabagismo tem que ser tratada como cultura e não como uma simples equação entre fornecedor e consumidor. É, sim, uma questão de saúde.